Quando o assunto é abuso sexual
contra crianças e adolescentes, a polícia baiana vive um paradoxo – de um lado,
há o alto número de denúncias, mas do outro, a baixa quantidade de inquéritos
instaurados e investigações concluídas no estado. De acordo com um levantamento
da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República
(Sedh), a Bahia lidera o ranking de denúncias de abuso,
com 962 casos, e de exploração sexual, com 250. Ainda assim, não há dados
precisos quanto ao resultado efetivo das queixas, através de inquéritos
instaurados e das punições impostas aos agressores. Entre as causas apontadas
para o problema estão a falta de estrutura das delegacias e as deficiências no
treinamento dos profissionais responsáveis pela apuração dos crimes.
“Treinamento específico não tem. É uma situação constrangedora, é verdade”,
admite Ana Crícia, titular da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes
contra a Criança e o Adolescente, única unidade do estado dedicada a episódios
deste tipo. A delegacia recebe cerca de 4 mil
queixas-crime e mais de 2 mil denúncias anônimas sobre os mais diferentes atos
de violência contra menores, a maioria praticado por parentes
próximos.
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