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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Ex-segurança do tráfico deixa crime para dar aulas de boxe Nativo trocou a vida no crime para ensinar luta no Rio de Janeiro

nativo-201212Ele foi mendigo, passou a sentir prazer em roubar e chegou a trabalhar como segurança do tráfico no morro Chapéu Mangueira, no Leme, zona sul do Rio de Janeiro. O destino de Fábio Ventura, conhecido como Nativo, poderia ter sido diferente se o esporte não tivesse surgido como uma esperança de vida melhor, longe do mundo do crime.

— Antes de virar bandido eu não praticava esportes. Na verdade, a vida já era uma luta pra mim, que sempre brigava pelo pão de cada dia. Quando me tornei ladrão, descobri outros meios de me dar bem, com melhores roupas e boa alimentação. Percebi que era disso que eu gostava.

Até se tornar professor de boxe, Fábio, que hoje tem 26 anos, precisou driblar o sofrimento. As tatuagens em seu rosto ajudam a contar um pouco de tudo o que ele passou. De um lado, uma lágrima representa a dor pela morte da mãe quando ele tinha quatro anos. Na outra face, cruzes espantam maus espíritos.

Segundo Nativo, a ideia de entrar para o tráfico surgiu da paixão pela adrenalina e da vontade de ser um “soldado”. Ele queria manejar armas pesadas e se sentir um herói dentro do crime. 

A mudança


A história de Nativo começou a tomar um rumo diferente com a chegada de Marcelo Penca, seu primeiro professor, que o apresentou à luta. Fábio chegou a ser patrocinado, integrou uma equipe de jiu-jitsu, mas não deixou os roubos de lado porque precisava de dinheiro para treinar e se vestir. 

Desesperado ao sofrer uma lesão no joelho, ele planejou um grande assalto na zona sul, mas um segundo "anjo" surgiu e evitou o crime. Fábio contou os planos para Gabriel Ribeiro, que ofereceu ajuda.

— Gabriel tinha visto minha mulher grávida e ficou comovido com a situação. Ele tirou um dinheiro do bolso para eu comprar comida e me convidou para visitar a academia dele. Foi então que recebi a proposta de trabalhar como faxineiro e morar em uma casa de graça. No início, eu sentia vergonha por ser um ex-bandido e ter que limpar chão.

Um dia teve a oportunidade de substituir um professor e mostrou a todos que entende de luta. Para dar aulas, fez curso de boxe e hoje trabalha na academia de Gabriel na Tijuca, zona norte do Rio.

Agora, Fábio sonha em abraçar a primeira oportunidade para ser reconhecido no esporte e dar o melhor ao filho Jamal, de dois anos, seu grande amor.

— Quero ser profissional na luta. Eu sempre briguei, mas agora quero fazer isso de outra forma. Fui treinado através das porradas da vida e pretendo usar isso para crescer dentro do esporte.
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