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terça-feira, 8 de novembro de 2011

USP

 Cerca de mil alunos discutem rumos do protesto e proteção ao grupo detido no 91º DP
Em votação acirrada, realizada em uma assembleia, na noite desta terça-feira (8), os estudantes da FFLCH (Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas) decretaram uma greve geral contra a presença da Polícia Militar na Cidade Universitária, zona oeste de São Paulo. Com a decisão, os alunos não irão assistir às aulas a partir de quarta-feira (9). Cerca de mil pessoas participavam da reunião, que não havia terminado por volta das 22h.
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A votação teve de ser repetida mais de cinco vezes devido à dificuldade para contabilizar a proposta vencedora. Aos gritos de 'fora PM', os universitários que decidiram pela greve venceram os que queriam que a paralisação fosse definida em uma nova assembleia.
A greve é uma forma de protesto à detenção de cerca de 70 estudantes que ocupavam a reitoria da universidade.
Enquanto ocorria a assembleia, mais viaturas da PM iam em direção da reitoria para reforçar o policiamento no local. Cerca de 50 policiais estavam no local.
Para o estudante de Letras Pedro Ribeiro, de 25 anos, o próximo passo do movimento estudantil da USP deveria ser uma greve contra o reitor João Grandino Rodas.
- O que aconteceu hoje foi uma brutalidade, e se a gente não der uma resposta À altura, isso vai se repetir.
O aluno de História Vinicius Moraes da Cunha, de 21 anos, ressalta a importância de os estudantes se unirem para garantir que os alunos presos não sejam punidos.
- As pessoas que estavam na reitoria cobriram seus rostos, não porque elas se identificam com o taleban, mas porque existe política de perseguir aqueles que se mobilizam.
Além disso, os universitários discutem como auxiliar os cerca de 70 presos para que eles não sejam punidos por terem ocupado a reitoria. Até as 20h20, os estudantes continuavam detidos na delegacia do 91º DP aguardando a liberação da fiança.
Reintegração
Por volta das 5h20 desta terça, a Polícia Militar, em cumprimento de ordem judicial de reintegração de posse, começou a retirar os estudantes do prédio. Cerca de 70 pessoas foram detidas, a maior parte por se recusar a sair do imóvel. O acampamento era uma forma de protesto contra a presença da PM na universidade.
Duas viaturas foram apedrejadas no início da reintegração de posse. Cerca de 400 homens da polícia participaram da ação.

Cenário de caos
Depois de retirar os alunos por ordem da Justiça de dentro do prédio da reitoria da USP, zona oeste de SP, a polícia encontrou um cenário de destruição e caos no prédio. A reportagem do R7 também entrou no local e encontrou cadeiras reviradas, colchões e barracas espalhados, paredes pichadas com frases contra a polícia militar, além de sujeira, restos de comida e garrafas de bebidas alcoólicas.
A polícia achou ainda sete bombas caseiras, chamadas de coquetel molotov, além de fogos sinalizadores em uma sala. O prédio, que estava ocupado por estudantes desde a quarta-feira (2), foi liberado por volta das 7h20. Por conta do confronto, três policiais militares ficaram feridos e cinco viaturas foram danificadas pelos estudantes da USP, segundo a PM. Ainda de acordo com Rodrigues, esses alunos ainda estão sendo identificados através de imagens e fotografias.

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