INTERNACIONAL

Netanyu suspende pagamento de contribuição à Unesco

Israel e EUA decidiram retaliar a organização por ter admitido estado palestino

  Benjamim Netanyahu é contra a admissão do estado palestino como membro pleno da Unesco (Daniel Bar-on / AFP)

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu ordenou nesta quinta-feira a suspensão do pagamento da contribuição de Israel à Uneco, que chega a dois milhões de dólares por ano, em represália pela admissão do estado palestino como membro da organização. A informação foi divulgada em um comunicado oficial do governo.

Entenda o caso

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1. • Diante do fracasso do acordo de paz com Israel, a Autoridade Nacional Palestina decidiu propor à Assembleia Geral da ONU votação a favor da criação de um estado palestino nas fronteiras antes de 1967, tendo Jerusalém Oriental como capital.
2. • As negociações de paz entre israelenses e palestinos chegaram a ensaiar um retorno, por intermédio dos Estados Unidos, que defendem que só é possível criar um estado palestino realmente significativo a partir da retomada do diálogo - empacado diante da recusa israelense de parar assentamentos judeus em territórios palestinos ocupados.

Israel ainda prepara uma série de retaliações ao ingresso da Palestina como membro de pleno direito da Unesco. Para começar, o governo de Netanyahu decidiu, na terça-feira, acelerar a construção de 2.000 novas casas nos territórios ocupados de Jerusalém Oriental e Cisjordânia. Além disso, suspenderá temporariamente a transferência de verbas aos palestinos.

Na segunda-feira, a Palestina foi admitida formalmente como membro pleno da Unesco. Essa admissão levou os Estados Unidos a suspender sua contribuição financeira a essa organização internacional e criou bastante desconforto entre os israelenses, que condenaram a medida publicamente.
Para a Liga Árabe, a adesão à Unesco já é um passo em direção à aceitação da Palestina como estado membro da ONU. A Liga também criticou a decisão dos Estados Unidos de suspender a contribuição financeira à Unesco, alegando que tal atitude prejudica os esforços para retomar o estagnado processo de paz no Oriente Médio.
(Com agência France-Presse)